Tivemos o prazer de entrevistar Alexandre Di Ciero, fundador da Di Ciero Inteligência em Sustentabilidade e ex-Gerente de Sustentabilidade da Suzano Papel e Celulose, onde atuou por muitos anos. Nesta entrevista, ele discorrerá sobre o conceito de sustentabilidade, sua crescente importância para as empresas e o papel fundamental da tecnologia de drones em potencializar práticas sustentáveis. Além disso, discutiremos como a Indrone, empresa liderada por Alexandre, opera de forma sustentável e em harmonia com o meio ambiente, contribuindo para um futuro mais responsável.
Thiago Di Ciero: O que te inspirou a fundar a Di Ciero Inteligência em Sustentabilidade?
Alexandre Di Ciero: Como tive uma carreira executiva bastante focada, e considerando que a vida útil de um executivo costuma ser em torno de 35 a 40 anos, antes mesmo de deixar a Suzano, onde passei grande parte da minha trajetória profissional, já tinha em mente a ideia de abrir uma empresa de consultoria para apoiar outras organizações na jornada rumo à sustentabilidade.
Quando comecei a me especializar em sustentabilidade, lá por 2004/5, o assunto era pouco falado. A maioria das empresas estava focada no Compliance Ambiental, ou seja, cumprir normas e exigências, sem pensar em ir além disso. Hoje, as coisas mudaram bastante. As demandas por práticas sustentáveis cresceram muito, principalmente por pressão dos mercados e investidores. As mudanças nas empresas têm sido rápidas e significativas, com muitas delas investindo seriamente em sustentabilidade, não apenas como uma exigência regulatória, mas como um diferencial estratégico.
Thiago Di Ciero: Quais são os maiores desafios para as empresas implantarem práticas sustentáveis?
Alexandre Di Ciero: O maior desafio é que as empresas compreendam que sustentabilidade não é uma receita de bolo. É um processo contínuo que começa com uma autoavaliação. A empresa precisa saber por que está entrando nessa jornada e qual o objetivo dela. Não é uma despesa, é um investimento. As práticas sustentáveis devem ser parte integrante do planejamento estratégico. Além disso, o ESG está muito relacionado à avaliação de riscos. Hoje, investidores e clientes querem saber: “Quais são os riscos de eu investir nessa empresa ou ser cliente dela?” Quanto mais robusto for o ESG, mais oportunidades de negócios e credibilidade a empresa terá.
Thiago Di Ciero: Como você acha que os drones impactam na preservação ambiental, redução de impactos ecológicos e potencializam a sustentabilidade?
Alexandre Di Ciero: Os drones, por si só, não reduzem os impactos ambientais, mas têm o potencial de fazer isso quando utilizados de maneira excelente. Eles permitem uma aplicação mais direcionada, com maior controle e segurança, o que pode reduzir significativamente o impacto em comparação com métodos tradicionais. A precisão que os drones oferecem, tanto em termos de mapeamento quanto de aplicação, ajuda a diminuir o uso excessivo de insumos químicos, por exemplo. Outro ponto importante é que os drones conseguem acessar áreas difíceis, o que reduz o risco para trabalhadores humanos em determinadas atividades.
Thiago Di Ciero: E sobre o uso de macrobiológicos, como isso contribui para a sustentabilidade?
Alexandre Di Ciero: A substituição de produtos químicos por macrobiológicos é uma tendência crescente e muito bem vista pela sociedade. Essa tecnologia tem ajudado a reduzir o consumo de químicos, o que é essencial para a sustentabilidade ambiental. As certificações internacionais, como o FSC, incentivam e cobram a redução do uso de químicos. Embora ainda haja um caminho de evolução para que os macrobiológicos possam combater todas as pragas e doenças, o progresso até agora tem sido significativo.
Thiago Di Ciero: Por que, mesmo com tantas vantagens, algumas empresas ainda não adotaram essas práticas sustentáveis?
Alexandre Di Ciero: Existem barreiras culturais e tecnológicas. Algumas empresas e setores, especialmente na agricultura, são resistentes à mudança, muitas vezes devido a mitos e crenças antigas. Elas ainda não acreditam plenamente na eficácia das novas tecnologias e práticas. O papel das empresas que já adotam essas práticas é não apenas falar, mas provar, com dados e resultados, que essas tecnologias realmente funcionam.
Thiago Di Ciero: Que mensagem você gostaria de deixar para os líderes empresariais e executivos que ainda hesitam em investir em sustentabilidade?
Alexandre Di Ciero: Eu sempre digo aos meus clientes, nas redes sociais e em todas as oportunidades que tenho: investir em sustentabilidade é um caminho sem volta. Mais cedo ou mais tarde, todas as empresas serão cobradas por isso. Quanto antes começarem a investir, mais preparadas estarão para enfrentar as demandas do futuro.
Em resumo, Alexandre Di Ciero nos trouxe uma visão clara sobre a importância crescente da sustentabilidade nas empresas e o papel crucial que as práticas sustentáveis desempenham na estratégia corporativa. Além disso, destacou como a tecnologia dos drones pode potencializar essas práticas, oferecendo soluções mais precisas e menos impactantes ao meio ambiente. A Indrone, fiel a esses princípios, atua hoje de forma sustentável, buscando sempre reduzir impactos ambientais e contribuir para um futuro mais responsável. Com o uso de drones, a Indrone se compromete a operar em harmonia com o meio ambiente, oferecendo soluções eficientes e seguras para seus clientes e para o planeta. A mensagem é clara: investir em sustentabilidade não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para garantir a competitividade e a sobrevivência no futuro dos negócios.